
Em olhos de água permito-me apenas
Sofejar algumas estrofes de uma música qualquer,
De uma terra esquecida,
Seca e estrumecida.
Minha mente vaga à vastas campinas psicodermais..
E navega por um már lúdico de fantasmas
Fantasmas suicidas e cheios de dor.
O cheiro de seus prantos me recorda
O cheiro de uma lama fétida.
Cada passo dado, revogo-me ao túnel dos esquecidos.
Uma frígida mão me afaga
E envolve meu peito com um sombrio sorriso.
Um corpo que se move como o vento a assobiar,
Circula minhas ancas
E inunda minhas vestes como o meu suor.
Mas o prazer que sinto é inerente às lembranças de minha terra triste.
Por trás de meus olhos de água
Há sorrisos pueris,
Frutas frescas de árvores morfadas,
Florais de janelas,
Porcos servidos,
Rios de sangues pulsantes...
Havia vida perdida em máscaras tortas.
Um sopro apagou a luz do ultimo lampião...
Nem a lua é capaz de deter a treva de uma noite cheia de pezar...
Nem os corpos alegres dos carnavais mais profanos...
Nem os sorrisos dos loucos...
Talvez, um gole de morfina...
Ou talvez o mergulhar na tela da ilusão.