sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A doçura infame da invisibilidade

















E se chorar  for melhorar a dor do cego,
Então que molhe a alma dilacerada
E a mente amputada,
As pernas violentadas,
Com o choro venenoso de ódio.
Que sibile entre os lábios o sabor mais escroto
Do prazer da sedutora vingança,
Mais assombrosa que a infância pecadora
E sem fascínios de inocência.
Uma atmosfera de dor paira pela mesa
Diante da janta herege.
A orgia se despe, e o cheiro de carne aflora
E absolutamente nada interfere no tato.
Flores, incensos, cigarros, sapatos, tapetes, adagas, suor...nada.
Mentes saciadas pelo nada num instante poético e cego.
Imaginável, numa mente sedada, num corpo insaciável
Corajoso e pueril...cheio de perfume de fome...
Um seio desnudo.
Um falo enrijecido de ópio.
Um casaco e o chão..
E o molhar de umas lágrimas..
Ao evaporar como fumaça em narguilês...
Um quadro numa parede..que desenha a cena de libido,

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