Apagaram as luzes pra você
E acenderam os pavios das velas.
Alguém chorou
E tentou se despedir
Mas não conseguiu
Porque você já não ouviu.
Algum estálido de voz se permitiu ouvir
Não os seus ouvidos, mas o do anjo.
Havia flores.
Havia branco em todas as partes.
Havia o choro e o balanço da dor.
Um balé da morte que engana,
Que faz descrer,
Que dança as almas
Comparando-as a fitilhos leves
Ao vento silvestre e arisco.
Você se foi com um sorriso preso
E algumas palavras engasgadas
Talvez até um " eu te amo",
Tão inglório quanto sua incerteza do estar.
A passos tristes deixou um caminho cheio
Haverá quem te sinta sempre, num sonho
Num retrato velho,
Num livro...
Haverá de ser esquecido também,
É o fechamento do ciclo
E do baú de suas lembranças.
É a sua ida, e de sua essencia.
O lacre de seu túmulo
Fechou as esperanças da longitude vital
Cessou alguns sorrisos
E abriu a fonte lacrimal.
Calou as vozes com seu mar de silêncio.
Um adeus, amigo. Um breve adeus.
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