terça-feira, 26 de junho de 2012


Apagaram as luzes pra você

E acenderam os pavios das velas.

Alguém chorou

E tentou se despedir

Mas não conseguiu

Porque você já não ouviu.

Algum estálido de voz se permitiu ouvir

Não os seus ouvidos, mas o do anjo.

Havia flores.

Havia branco em todas as partes.

Havia o choro e o balanço da dor.

Um balé da morte que engana,

Que faz descrer,

Que dança as almas 

Comparando-as a fitilhos leves

Ao vento silvestre e arisco.

Você se foi com um sorriso preso

E algumas palavras engasgadas

Talvez até um " eu te amo",

Tão inglório quanto sua incerteza do estar.

A passos tristes deixou um caminho cheio

Haverá quem te sinta sempre, num sonho

Num retrato velho,

Num livro...

Haverá de ser esquecido também,

É o fechamento do ciclo

E do baú de suas lembranças.

É a sua ida, e de sua essencia.

O lacre de seu túmulo 

Fechou as esperanças da longitude vital

Cessou alguns sorrisos

E abriu a fonte lacrimal.

Calou as vozes com seu mar de silêncio.

Um adeus, amigo. Um breve adeus.

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