quinta-feira, 14 de junho de 2012

 

Tentar falar e não conseguir..

Tentar mostrar algum sentido

E nada, absolutamente nada, sair..

Cospir os desvaneios do silêncio,

Como alguém vomita a cólera da traição.

Surrar com força a consciencia isana,

Pueril, confusa, dúbia..argêntea.

Acariciar as feridas para que elas se tornem dor novamente..

Abrir uma janela na glote, para respirar.

Olhar para as pálpebras cansadas 

Dos talhes dourados

E descobrir a outra alma irmã.

E salvar suas agonias com gozo velado, sem suar.

Sem nem ao menos lacrimejar a força da descoberta. 

Somente imprimindo no corpo a carta alfórrica

Dos pesadelos parentais...

Imprimindo a liberdade de pesar o quanto quiser.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

dolo


Então é isso. A sucessão de um fim.
Um fim agonizante, intenso, frio, forte demasiado.
A cada olhar ao teto manchado de chuva,
Um soluço impiedoso.
A cada viagem ao passado inglório,
Uma dor sepulcral.
Uma Overdose de dor sepulcral.
A teia da desilusão está tecida
Nas paredes desta casa esfumaçada.
Os pilares estão a ruir... irão cair...
Sobre as cabeças de quem prometeu ficar
Para cuidar do jardim das rosas mortas.
E quando somente a energia fluida restar,
Nem as lágrimas das lembranças
Trarão o cheiro da carne luruxienta de volta.
Porque o tempo não encarnará sua ampulheta uma outra vez.
Não há mais porque ter esperanças...
O futuro tão ensejado não virá.
O segredo tornou-se o jantar e o desjejum.
Há sangue de pulsos pelas paredes,
E um livro entoa sentimentos obscuros..
A mentira maldita vive
Na boca de hipocritas semimortos
que não suportam o fardo de minha dor...
E a alma descrente que escreve o tédio doloroso
Pede o exílio para os mares ácidos de outros universos
Para encontrar noutras almas
Um alívio lacrimal..um suspiro de vida, de verdade.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Fidem suam alicui dare



No calor infernal do fim de um verão insano
As janelas parecem ferver com a luz que entra
E as cadeiras já não nos cofortam.
É necessário andar e andar
Nem a mais gélida água fará sucumbir o calor
Porque a luz que entrou contaminou nossos corpos
Acostumados à penumbra revitalizante.
Agora os sucos das maçãs degeneradas nos faram arder
Até que sinos batam avisando a hora da pouca luz de novo.
E nesse tempo, iremos nós contemplar a noite fresca outra vez.
E a festa dos corpos nos fará explodir.
As árvores da noite contemplarão o clarão do nosso sol macabro.
E os gatos gemerão nossa alegria.
E como os gatos viveremos...
Na ousadia da penumbra...deleitando os ares das noites
Surrupiando os olhos maduros
E sussurrando a excitação e o gozo dos céus negros.
A nulidade de pés sem rumos nos levarão para longe do calor.
Fidem suam alicui dare.


Tessy Greek